Cabe a Portugal, um pequeno país que já teve um império, a responsabilidade de levar a bom termo o novo tratado da União Europeia. Na verdade cabe aos governos dos 27 países que compõem esse império sem imperador, mais que isso, cabe aos povos europeus, porque os assuntos que com a soberania mexem não são para um circunstancial governo decidir. Até aqui decisões dessas têm sido tomadas por unanimidade, é por isso que os países vizinhos da União europeia, em vez de temerem ser anexados pelo império, pedem para dele fazer parte. É um império sem imperador, onde só entram países democratas, onde não há senhores e súbditos. Onde um pais pequeno tem a mesma dignidade que um pais grande e pode impedir uma decisão que contrarie a sua independência.
Ser obrigado a obedecer contra a sua vontade é ser violentado e as violências ficam na memória das pessoas como na dos povos. Quando o Papa anterior visitou a Grécia foi recebido com uma enorme manifestação hostil. Era gente que se “lembrava”, oitocentos anos depois, da cruzada que o bispo de Roma ordenara e que, comandada pelo doge de Veneza, que fornecera os barcos, saqueou Constantinopla, a capital da cultura grega, matando e violando cristãos com uma violência inesquecível. A guerra na ex-jugoslávia tem a ver com memórias antigas. Israel voltou à sua terra dois mil anos depois; os árabes, que já não são império, juntaram-se para defender os palestinianos. Ignorar o ressentimento histórico não é possível a quem quer construir a Paz. E as humilhações sofridas por um povo não são esquecidas.
O sucesso simbólico da Europa enquanto união politica tem a ver com a unanimidade com que são tomadas as decisões importantes, com o não haver um exército europeu e com as presidências rotativas. Poderá ser muito mais prático acabar com esses aspectos simbólicos, "inúteis", ser uma "superpotência" como as outras, obedecer ao senso comum em vez de criar história, mas é ferir a alma da União, o que a distingue de tantos impérios que já houve e acabaram, o que a pode fazer ser exemplo para a União Mundial, desígnio que os povos do mundo terão que ter, mais tarde ou mais cedo, se quiserem ter Paz.
E se não quiserem ter Paz não saberão resistir a este século em que todos não serão demais para ajudar o planeta a sobreviver.
Durão Barroso e José Sócrates são portugueses e é a Portugal que cabe a maior parte da responsabilidade de fazer um tratado em que todos os povos europeus se sintam respeitados, independentes, livres de entrar ou sair de uma equipa a que gostem de pertencer, a Europa. Para que um jogador se sinta parte da equipe tem que haver a hipótese de que haja um momento em que tenha na mão o resultado do jogo— ou no pé!, ao decidir entre passar a bola para a esquerda ou para a direita.
Pode um pais esperar vinte anos pelos seus seis meses de Presidência rotativa, sente-se parte da equipe, simbolicamente. Um Presidente da União seria uma figura de imperador, embora efémero, seria, simbolicamente, o final, a desistência de uma utopia que já durou sessenta anos. Se a teimosia que Durão e Sócrates parecem ter for a diplomacia portuguesa nesta tarefa creio que haverá manifestações por toda a Europa exigindo referendos. Oxalá aliem a inteligência simbólica, a consciência de que a Europa é uma bandeira de Paz, sem exército permanente, à persistência para fazer um bom tratado, porque o tempo da eficácia como valor supremo já passou, outros valores mais altos se “alevantam”.
Os jornais mostram-nos o mundo visto pelo senso comum. Os jornalistas "normais" poderiam chamar a estes seus colegas sem jornal idealistas infantis. E talvez seja a infância de uma nova imprensa; virtual; ecológica; democrática. A caminho do bom senso. Eis o sítio inglês da INDYMEDIA. E uma notícia que mal nos chegou: G8: More than 10,000 block Heiligendamm e o relato de um português que lá esteve. O sítio da Indymedia portuguesa, já agora! E um debate mal anunciado pela imprensa "normal":
Paul Mc Cartney faz hoje 64 anos. Símbolos que lhes aconteceu ser, os Beatles, também esta data, que escolheram para simbolizar o distante futuro, o é.
Eis a sincronicidade astrológica: Plutão, símbolo de transformações radicais, morte e renascimento, esteve ontem em linha exacta com o centro da nossa galáxia. Demora 248 anos a dar uma volta ao Sol. Da última vez que por aí passou ainda não sabíamos da sua existência.
Era o tempo do Iluminismo, da revolução industrial, do terramoto de Lisboa, que abalou a Europa, tinha caído a cidade das riquezas da Índia, onde ainda chovia o ouro do Brasil! Astrologicamente, esta conjunção (estes últimos anos e os próximos, anunciada no milénio) é o enterrar de um mundo e o nascer de um outro, mais verdadeiro (porque já não estamos neste, em que ainda nos vemos). Plutão simboliza o poder e é curioso que tenha perdido agora o seu estatuto de planeta (não o de planeta, símbolo astrológico, como o Sol, que é uma estrela!), foi um acerto com a verdade, os governos também não têm o poder que vão perder, nem a Razão. À data da queda das torres do World Trade Center, a 11 de Setembro de 2001, Plutão estava a 12 graus e 38 minutos de Sagitário (cada signo tem 30 graus, os 12 fazem os 360 graus do Zodíaco). À data do terramoto de Lisboa, 1 de Novembro de 1755, estava a 14 graus e 41 minutos de Sagitário, ou seja, no mesmo lugar no céu visível, se descontarmos a precessão dos equinócios. Este tempo actual, a que ainda chamamos Idade Contemporânea, o tempo da razão, estará a chegar ao fim. Mas assim como não acabou o comércio— pelo contrario! — com a revolução industrial, assim se pode imaginar que não acabe a indústria, nem as cidades, nem a Ciência e a Razão. Perderão importância relativa: aquilo a que chamamos irracional, a subjectividade, o inconsciente, o espiritual, o Desconhecido continuará ganhando-a; assim parece ao ponto de vista da Astrologia, que é uma irracionalidade racional, a geometria da psique.
É costume chamar à família uma instituição; creio que é mais que isso.
As instituições têm uma vida longa, resistem às transformações do mundo e é por isso que chamam instituição à família. Mas elas também têm sempre a marca do tempo em que nasceram, embora resistam aos tempos novos, adaptando-se. Assim com a Monarquia ou com a República, por exemplo.
Se considerarmos a família como uma instituição ela teria a marca dos tempos pré-históricos, estaria ligada à sobrevivência, que era a ocupação principal dos nossos antepassados— e ainda é a de uma boa parte dos nossos contemporâneos!
Ora, não é apenas porque as crianças precisam da família para sobreviver que a nossa espécie se organizou assim.
A nossa é uma espécie ambiciosa, pretende entender e melhorar o mundo, não apenas sobreviver.
E para que um filhote de homem floresça em todas as suas potencialidades, cujos limites ainda não conhecemos, não basta que tenha comida e abrigo. Precisa de sentir segurança e prazer.
Só nessa base poderá desenvolver a razão, num mundo em que só se faça como ele quer se ele tiver razão e só nessa base poderá chegar a ser capaz de amar, de aceitar incondicionalmente outras pessoas, aquelas que amar.
Só a partir daí poderá ter desejos ou projectos que não estejam relacionados com a sua sobrevivência, com a ânsia de fugir ao medo, mas que sejam criações, contribuições sociais.
Como seja a de criar uma família que o seja, que seja mais que a necessidade de sobreviver, de segurança institucional.
Só quando os seus desejos transcenderem os da sobrevivência “alargada”, os de ter uma boa casa, um bom automóvel, férias no Brasil… poderá aprender a usar as suas potencialidades de nascença, a intuição a que chamamos espiritual, o ser criador do seu destino, o ter a visão holística a que, na nossa cultura, se chama estar na graça de Deus.
Este desenvolvimento natural do homem começa na família, é a sua razão de ser.
Quem toma a família como um “valor” pode estar a tomar um meio pelo seu fim. É como as pessoas que precisam de um carro para se deslocar e transportar coisas e o compram porque ele é bonito e as envaidece, esquecidas do seu fim, como um Ferrari na garagem. A “instituição” da família, tão útil para criar gente, pode ficar pela procura da sua própria segurança, pela defesa da sua forma institucional e a gente que cria ficar ao serviço do utensílio para a criar.
O paradoxo é que esta gente (dita a “de direita”, leia-se a que tem algum “capital”, que é o dinheiro que se não ganha e gasta todos os meses), gente que tem óptimas condições para criar filhos que se aproximem daquilo para que todos nascemos, faz da família um fim e não um meio. Interessa-se mais pela forma das suas crias que pela sua alma.
Macaqueiam o amor, acreditam sinceramente que ele consiste em ralhar com os filhos quando têm os cotovelos em cima da mesa, em mostrar-lhes que os não aceitam se não forem “educados”, porque ser educado, um meio para conviver com os outros, se tornou num fim.
E, como cultivam a forma da família, muito se assustam com a “agressão” à “instituição” que estes tempos lhes parecem fazer. Entretanto, sem darem por isso, põem em causa o seu conteúdo, a sua essência. A “agressão” não vem do exterior, vem da “institucionalização” da família, que é coisa muito mais antiga que qualquer instituição. E que não precisa desses defensores— nem destes!
Negar a realidade… em inglês “to be in denial”, aquilo que a nossa geração tanto temia: “ser alienado”, parece-me ser hoje comum, entre os jovens, gente preparadíssima, matemática, científica, literária, musical…culturalmente! A minha geração, pop, hippie, soixante-huitarde, ridícula q.b. (e, hoje, ao leme do mundo), sabia o que o “sociólogo” Karl Marx tinha “descoberto", a importância capital das relações de produção, o risco real de serem mercantis as relações humanas, de se viver numa sociedade de consumo, expressão criada nos anos 60 para descrever uma realidade incipiente mas que se previa viesse a ser o que é, a alienação do humano.
Sabíamos quem foi Stálin, sabíamos da criminosa invasão da Checoslováquia, respeitávamos, porém, o Partido Comunista Português, feito de gente que lutava pela liberdade, pela democracia, pelos direitos humanos, contra a censura... gente que sabia que a social-democracia tinha atrasado as previsões de Marx, a crise global do capitalismo, e gente que tinha consciência de que se vivia melhor na Europa do Norte que na Rússia!
Mas sabíamos que a concentração de capital em meia dúzia de empresas (ou Corporations) mundiais haveria de produzir pobreza, por falta de emprego e por os salários ficarem ao dispor das ditas, pela falta de saída para os produtos, sem compradores e por mais uma, um dia talvez fatal, crise do capitalismo. Sabíamos que o sistema se tinha safado sempre mas levávamos o problema a sério… sentíamo-nos (sentimo-nos!) responsáveis por encontrar uma alternativa ao sistema, uma que não trouxesse alienação, nem relações mercantis entre as pessoas, nem miséria no terceiro mundo e nos subúrbios deste.
Alguns de nós já sabiam (há quase 40 anos!) do aumento de CO2 que a indústria criava na atmosfera e da impossibilidade de continuar por aí, eternamente.
O paradoxo é que, para nós, tudo era para um futuro distante e que os jovens de hoje, com a globalização (melhor, uma das globalizações) a dar razão ao velho Marx (que dizia que não era marxista!), com a pobreza, o desemprego, a fome e a guerra a aumentar, com a crise climática e com o pico de petróleo à porta, consomem! Andam na moda! Procuram dar-se com os ricos (se não com os aristocratas!), ligam à roupa para apreciar as pessoas, numa palavra, alienam-se!
E os assuntos que nos preocupavam e eram futuros, são com eles e são presentes.
Nós, nós não temos futuro, biologicamente falando, somos ricos, ou new age— por falar nisso, Plutão, o tal que já não é planeta mas continua a simbolizar, sincronicamente, a morte, destruição e regeneração, este ano, está alinhado com o centro da galáxia, o novo centro, desde que saímos do sistema solar, o símbolo de Deus, para as religiões; a verdade virá ao de cima, a transformação mostrar-se-á necessária, dar-se-á! O mundo que conhecemos chegou ao fim, um outro, espero que mais humano, solidário e franco, nascerá das suas cinzas. Plutão voltará a esta posição daqui a duzentos e tal anos.
Tenho para mim que toda a gente o sente… e o nega, comprando uma nova T-shirt, um DVD, ou coisa assim… Paradoxos!
.........
P.S. O banco mundial, em 2001, não parecia muito preocupado com a globalização. Mas a evolução foi outra, os estudos científicos, como se sabe, têm autor, patrocinadores, preconceitos, até, e podem querer negar a realidade, que é complexa!
A Amazónia (— neste momento um passarinho lindo pousou na guarda da minha varanda, nunca tinha visto tal, em tantos anos, uma sincronicidade! —) é talvez a maior concentração de clorofila do planeta. Juntamente com os oceanos, que dissolvem o CO2—e estão a ficar saturados—são os principais processos homeostáticos que a Terra tem para se defender, enquanto ser vivo, do desequilíbrio ambiental em que vive e que a nossa civilização (nossa, digo bem, fomos nós quem lançou a modernidade europeia pelo mundo fora, o comércio que pediu a indústria que os nossos mais velhos aliados fizeram, com estas consequências) causou. O principal Fórum para resolver os distúrbios que causámos fala português, (inglês, também, e mais) e começou no primeiro Janeiro deste milénio, em Porto Alegre, na Terra de Santa Maria, Brasil, nome do pau cor de brasa. E é o braseiro da amazónia a arder que temos que parar! Não é apenas um símbolo, é mesmo uma fogueira imensa. A lógica da vida contra a lógica do lucro, a verdadeira pós-modernidade que a evidencia impõe que aconteça.
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