Scoop é o último filme de Woody Allen, que fez 70 anos em Dezembro. Numa entrevista diz que não aprendeu nada com a idade mas a verdade é que a ligeireza deste filme cómico esconde uma obra-prima. Um filme claramente moderno, que brinca com o nosso tempo “New Age” e vem a Londres para criticar a hipocrisia social de uma forma cristalina. Um regresso do actor cómico, como nos velhos filmes de Manhattan, para mostrar (a quem quiser ver o que ele quer mostrar) que, por trás das atraentes pessoas da upper class não há pessoas, ficam-se pelos personagens de uma comédia, dispostos até a matar, se for preciso, porque “the show must go on!”.
Há 50 anos que se sabe que a vida deste macaco pelado que somos, queimando, para seu conforto em sentido lato, lenha, carvão e, por fim, petróleo (lenha muito, muito antiga) aumenta o CO2 na atmosfera para lá do que as plantas precisam. A luz do Sol aquece a Terra, que irradia calor, raios infravermelhos, uma frequência muito baixa para passar a camada de CO2 nas alturas, aquecendo o nosso planeta— CO2 que vai aumentando; desce um pouco no Verão, porque a terra firme, com plantas verdes, está sobretudo no hemisfério Norte mas logo sobe, no Inverno seguinte, para um valor superior ao do Inverno anterior. Hoje sabemos, pelo CO2 nas rochas, que nos últimos 650 000 anos, pelo menos, nunca esse valor foi tão alto.
Sabemos mas não queremos saber.
O relatório da Nações Unidas, elaborado por 2500 cientistas, que vai sair no princípio de 2007 virá mostrar a verdade ou, pudicamente, cobri-la, de novo, que não é coisa que se mostre? É fácil mentir a quem quer ser enganado— nós todos!
A desinformação utiliza cientistas famosos por ter mostrado a verdade, rendidos, entretanto à necessidade de não criar pânico—e de comprar uma casa de ferias.
O filme de Al Gore, “Uma Verdade Inconveniente” foi claríssimo, pelo menos para quem cultivar o espírito científico— mas pouca gente o viu. E, além disso, as grandes decisões politicas, como aceitar o protocolo de Quioto, são cada vez menos influenciadas pela opinião pública e, até, pelos políticos—as grandes decisões são tomadas pelo anónimo mundo financeiro, são as que dão mais lucro.
Talvez as imagens mais chocantes desse filme fossem as fotografias de satélite de uma região da Antártida, ao longo dos anos: na primeira uma enorme superfície branca, depois com uns pontos negros, por fim, uns riscos irregulares. Os pontos negros eram pequenos lagos, vistos de perto. A água, em vez de os reflectir, como o gelo, absorve os raios solares, aquece. Brevemente a região mais exposta da Antártida era uma enorme massa de gelo esburacado como um queijo suíço pelo crescimento desses lagos; chegada a água a terra firme fez uma camada lubrificante e a gravidade fez o resto. O gelo partiu em fatias que vão deslizando para o mar e criando lindos icebergs; uma península onde o fenómeno se vai passar a seguir, uns 10% do Continente da Antártida, corresponde a tanto gelo como o que resta na Groenlândia e será suficiente, derretidos os icebergs, para subir o nível do mar 6 metros, seis, por extenso! A velocidade do fenómeno é imprevisível, mas poucos anos temos para agir.
O ecossistema que a Terra é funciona por limiares, como os seres vivos. Imaginemo-nos no deserto, a aquecer. A homeostasia mantém o nosso corpo a 37 graus centígrados, para isso utiliza o gasto de energia que há na passagem da água de líquida a gasosa. Mas gasta água! Se um helicóptero nos levar a um serviço de Urgência onde nos arrefeçam e reponham a água, com um soro, podemos recuperar o equilíbrio que é a vida. Mas há um limiar a partir do qual o equilíbrio se rompe para sempre. As alterações, muito rápidas depois desse limiar atingido, são irreversíveis.
A administração americana, o governo Bush, pediu à NASA para criar uma comissão científica para estudar quanto tempo temos. O chefe dessa comissão ficou escandalizado quando o relatório que iam apresentar foi “corrigido” pelo burocrata que a presidia, um advogado. Aceitou falar à BBC e mostrou o relatório com as correcções: foi censurado onde se fala no tempo máximo de dez anos que poderemos ter para parar a subida de CO2, sem fenómenos irreversíveis. Sacrificou o emprego, é um herói do século XXI, o advogado, demorou, mas foi forçado pelos jornais a demitir-se: trabalha actualmente na Exxon.
Há casos, nos serviços de Urgência, de doentes que estão a ir para o bloco operatório e a família (ou o doente!) pede para ir a outro médico, a uma clínica, para ter uma outra opinião. Manda quem pode! O paciente perde um tempo precioso em exames etc.(há quem ganhe com isso) e o cuidado pode ser fatal. Também há médicos que, muito preocupados para não assustar o doente, lhe dizem que não é grave, claro que tem tempo a perder!
Há quem ache que a verdade pode ser prejudicial. Vamos a ver o que sai do oficialíssimo relatório das Nações Unidas, o resultado da diplomacia sobre o que se pode dizer ao doente.
Porque creio que o pânico é, muitas vezes, um mal menor face ao adiamento.
http://www.theclimateproject.org/
Um glaciar que, dantes (foto pequena), tinha gelo!
ESTE menino de rua
Desgraçado, brincalhão
Que só pensa em falcatrua
Quer a ÉTICA ou o pão?
Se escolher contra a vontade,
(Ou por vontade divina?)
Passa fome, na verdade,
Mas se lhe a alma ilumina
Ganha acesso ao gineceu,
Aos palácios da nobreza
E as bênçãos chovem do céu
(que é sensível à beleza!)
Muita gente acha que o direito à vida não é para discutir, o aborto é homicídio e a lei nunca o poderia permitir. Aconselho o blog FILOSÓRFICO ( http://www.filosorfico.blogspot.com/ ) onde um jurista brilhantemente nos convence.
Mas a lei fundamental sendo a Constituição, defendendo ela a liberdade de pensamento, e havendo quem pense que o embrião não é pessoa, passível de ser defendida pela lei, há que provar que é uma pessoa (sabendo nós que o é em potencial) ou, como em democracia estamos, que deixar a decisão ao voto do referendo.
Porque sempre que há duas palavras diferentes há dois conceitos diferentes: ética não é o mesmo que lei. Ambas pretendem ser para todos, claro, mas cada um de nós tem a sua moral, que se refere ao que pensa ser a ética universal, e cada país tem a sua constituição, que se refere ao que o país entende ser a universal justiça (como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, para as nossas sociedades). É certo que se está a tentar criar uma ética abrangente, universal quanto possível, de que o Dalai Lama é um dos entusiastas. E que se está a tentar fazer um direito internacional, sancionado pelas Nações Unidas.
Mas, se respeitamos a liberdade de pensar, a lei tem que ser um instrumento que se dedique a regulamentar uma sociedade em que as pessoas pensam de diversa maneira. E, de facto, há muita gente que pensa que o embrião não é gente. Não só os materialistas mas também os espiritualistas que acreditam que o espírito só vem habitar o feto por volta dos três meses. Como pode a lei puni-las sem provar que o embrião é gente? Não se trata de fanáticos, como os nazis, que pensam sinceramente que os judeus não são gente— é fácil provar que os judeus são gente. Como é fácil provar que o embrião é gente em potencial. Aqui deve residir o problema.
Em potencial.
Mas, em potencial, também um óvulo é gente. E ninguém se lembra de punir uma mulher menstruada por não ter tido relações sexuais durante aquele mês; embora já haja quem se lembre de punir um homem que usou preservativo (a Igreja Católica, pecado venial), ou um que se masturbou (o Irão de Komeni, pena de morte). Em potencial poder-se-iam punir as pessoas que fizessem contracepção, ou mesmo as que se não casassem.
Assim como usamos a democracia para escolher a forma de governo, já que há várias opiniões, usemo-la para escolher a atitude face a este problema, respeitando todos. Ganha quem tiver conseguido convencer a maioria. Não ganha a Verdade, que a não conhecemos. Mas ganham os direitos humanos, que é o que há.
Entretanto, todos estão de acordo, mesmo os mais fanáticos materialistas, que o aborto é mau, traumatizante para a mulher, evitável. Não sabemos se punível.
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