Respeito, dignidade, estes são valores centrais da Organização das Nações Unidas, são valores que estão na base da criação da Paz. Embora haja jovens que querem a independência, o Dalai Lama pede apenas contactos para uma autonomia; o importante é que se pare de tentar destruir uma cultura, com a sua religião, aquela que está no “Tecto do Mundo”, por sinal.
Petição pelo fim da violência no Tibete
De uma fotografia de Mica Costa Grande, Laasa, Novembro de 2003
Outra petição, ao Presidente da China, que vai em quase 800 milhões (errata de 14.Maio.2008: onde se lê "milhões" leia-se "mil". Hoje, o dobro, um milhão e seicentos mil).
Chegou o Verão e Piotr viu, na cozinha, o jornal que Alfred deixara, com uma fotografia de Hitler em Paris. Piotr escreveu no jornal, em polaco, com o lápis da cozinha: “quem não respeita a dignidade dos outros não respeita a sua”. Aconteceu-lhe! Sabia que era um gesto absurdo, demasiado perigoso, inútil, mas não foi procurar uma borracha para apagar o que escrevera. Deixou-o, assim, em cima da mesa da cozinha.
E, quando Alfred, que só falava com ele para lhe dar ordens, lhe pediu que traduzisse, Piotr, que sabia alemão para isso, disse: “quem não respeita a dignidade dos outros não respeita a sua”.
Alfred tinha 50 anos, era lavrador; tinha o filho na guerra e o filho fazia-lhe falta. Abstraindo da parte sentimental, era-lhe difícil arranjar um substituto para o trabalho que o filho fazia, um que aceitasse trabalhar só pela comida e fosse bem mandado, como era o filho, antes da guerra. Mas Alfred era patriota, ouvia o Fuehrer na rádio e trazia o cartão de membro do partido na carteira. Não reclamava. Falara, porém, no partido, da falta de mão-de-obra e tinham-lhe mandado Piotr.
Piotr tinha 20 anos, era filho de um lavrador e tinha sido apanhado na aldeia e transportado para ali. Chegara esfomeado e aterrorizado mas, quando lhe tinham dado uma malga de sopa, sorrira; tinha um sorriso bonito. Alfred, porém, não sorrira; lembrara-se das recomendações do partido para ter todo o cuidado em manter a dignidade da raça superior nas relações com o eslavo (houvera quem sentasse um escravo à mesa e isso fora muito criticado); assim, Alfred, que dantes comia na cozinha com a mulher, transformara o quarto do filho em sala de jantar e arranjara um lugar para Piotr no estábulo, que lhe pareceu mais quente que o celeiro.
Alfred não disse nada. Como interpretar aquilo? O rapaz compreendia que respeitava a sua dignidade respeitando a do seu senhor? Mas que dignidade poderia ter um eslavo? A palavra "dignidade" existia em polaco? Alfred afeiçoara-se ao rapaz, ele sabia da poda, havia uma cumplicidade silenciosa entre lavradores (Piotr gostava de trabalhar, o trabalho distraía-o das toneladas de memórias e preocupações pelos seus que carregava às costas; era saudável e davam-lhe de comer, não estava na guerra, como o pobre do filho do Alfred, cuja sorte era bem pior)...
E se ele não compreendesse que era de uma raça inferior? Na verdade até a Alfred lhe custava compreender, compreendia que os judeus eram uma raça inferior, desprezível, como os homossexuais ou os ciganos, mas aquele rapaz loiro e de olhos azuis… bem, os cientistas alemães tinham decretado que os eslavos eram uma raça de escravos, quem era ele para duvidar disso?
Deitou fora o jornal, não fora alguém lembrar-se de castigar o rapaz, que lhe fazia falta, e reforçou a sua pose de senhor: virava as costas quando o eslavo lhe dirigia a palavra, tornou-se ainda mais distante, senhoril: estava em jogo a dignidade da raça ariana! “Só os fortes sobrevivem!”, nada de mostrar respeito pelos inferiores, tolerância, no máximo.
Piotr esqueceu-se do caso, trabalhava, comia, dormia e tinha esperança que os polacos americanos convencessem o Roosevelt a entrar na guerra.
Mas Alfred decidira educar o rapaz: explicava-lhe a sorte que a Polónia tinha em ser governada por alemães, uma raça superior física e intelectualmente, os senhores naturais do mundo e sugeria que, se ele compreendesse bem isso e tivesse qualidades de lutador, um dia, como ele tinha amigos no partido, Piotr poderia fazer um exame de raça e talvez passasse por ariano. Piotr enfurecia-se calado, na sua pose de eslavo respeitador, não queria problemas, trabalho sem comida.
Mas tantas vezes vai o cântaro à fonte até que parte: Alfred atribuía os problemas do mundo aos judeus quando Piotr disse: “tenho bons amigos judeus, na minha terra, nunca nos trataram com a falta de respeito com que os alemães nos tratam”. “Mas tu és alemão”, disse Alfred. “Sou polaco, graças a Deus”, disse Piotr.
“Mas nós respeitamos os povos inferiores que colaborarem connosco”.
”Não há povos inferiores, se houvesse seriam os que não respeitam os outros”.
“Respeitamos quem merece respeito”.
“Só se pode conversar com respeito mútuo”, disse Piotr.
“Mas eu até converso contigo, que és um eslavo!”
“Não conversa”, disse Piotr, “para conversar é preciso admitir a hipótese de que, da conversa, se saia a pensar de uma forma mais esclarecida— e o Alfred admite que um eslavo o esclareça? — apenas admite que eu possa ser esclarecido, embora de uma raça de fracos, desprovidos de pensamento abstracto, não é uma conversa!”.
Alfred deu meia volta, virou-lhe as costas, penitenciando-se da sua fraqueza, da vergonha de não ter sabido intimidar aquele eslavo com a força natural da sua raça: aquele rapaz era tão inferior intelectualmente que nem sabia reconhecer um superior quando o via!
Meia dúzia de anos depois Alfred ouvia na rádio a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada nas Nações Unidas. Piotr ouvia-a na sua aldeia. Pode ser que não tivesse sido preciso bombardear Dresden para vencer a guerra— mas tinha sido preciso vencê-la! Ambos, ouvindo a palavra “dignidade”, lembraram-se do jornal escrito a lápis e pensaram que a Dignidade bem podia ser uma matriz para construir a Europa da Paz.
http://www.ted.com/about/introduction/flash_page.cfm
http://www.ted.com/tedtalks/tedtalksplayer.cfm?key=w_davis
http://www.ted.com/tedtalks/tedtalksplayer.cfm?key=b_schwartz
http://www.ted.com/tedtalks/tedtalksplayer.cfm?key=b_saunders
http://www.ted.com/tedtalks/tedtalksplayer.cfm?key=p_gabriel
Putin exortou os jovens russos a celebrar o Natal ortodoxo, que é no dia 7 de Janeiro, porque seguem o calendário antigo. Disse que “é importante que a nova geração aceite os valores morais tradicionais”. Trata-se de um antigo membro do KGB, a polícia politica soviética, que estudou, durante anos, profundamente, o materialismo histórico. É provável que tenha o conceito da ética da responsabilidade, de que a verdade é o que é eficaz e que tenha a convicção de que se o império russo se continuar a desmembrar terá como destino inúmeras guerras pelas fronteiras dos seus vários países. É provável que Putin sinta a missão de ter mão de ferro para evitar o caos; ao que parece tem morto adversários políticos por “razões de estado”. Ao ligar-se à Igreja ortodoxa está a desvalorizar o estado laico e, assim, a desistir de integrar os estados maioritariamente muçulmanos usando a Razão, preferindo fazê-lo pela força.
Porém a Igreja ortodoxa está a fazer uma aproximação à Igreja católica e o papa Bento XVI, um intelectual, colocou-se como paladino da Razão, de novo insistindo, neste Natal, na ideia de que “a natureza de Deus é racional” e sendo o terceiro papa que se coloca claramente ao lado da ONU e da declaração universal dos direitos humanos (embora com uma interpretação sui generis). É provável que a Igreja ortodoxa também desista, com a clareza da católica, da ideia medieval de “conquistar” os outros povos para a sua fé pela força. Se assim for, se os direitos humanos forem ganhando prestígio entre os cristãos, isso ajuda os muçulmanos que se opõem à guerra contra o ocidente, dando-lhes argumentos. Há dirigentes religiosos muçulmanos que apadrinham os jovens ‘mártires” que se suicidam matando gente inocente, ou seja que apadrinham a guerra desesperada chamada terrorismo, prometendo-lhes o céu com honras especiais. Paradoxalmente o fundamentalismo cristão do actual presidente dos USA dá-lhes força, tira força aos teólogos muçulmanos que se opõem a essa doutrina da guerra ao ocidente por todos os meios. E essa polémica religiosa no seio do Islão tem uma importância desmesurada para a Paz no Mundo. Se Putin e Bush não se colocarem claramente ao lado da ONU e da declaração universal dos direitos humanos a Jihad, mal entendida, ganha força entre os muçulmanos.
Da Wikipédia: "Jihad", palavra da Língua Árabe, significa "exercer esforço máximo", podendo também ser entendida como "luta", mediante vontade pessoal de se buscar e conquistar a "fé perfeita". Ao contrário do que muitos pensam, Jihad não significa "Guerra Santa" nome dado pelos europeus à luta religiosa cristã (por exemplo: Cruzadas), mais guerra legitimada para o Islão. O que segue a Jihad é conhecido como Mujahid.
O Corão não descreve duas formas de Jihad, isto é uma invenção de Al-Ghazali (1058-1111): Uma, a "Jihad Maior", é descrita como uma luta do indivíduo consigo mesmo, pelo domínio da alma; e a outra: a "Jihad Menor", é descrita como um esforço que os muçulmanos fazem para levar a mensagem do Islão aos que não tem ciência da mesma (ou seja, daqueles que não se submetem a Deus e à paz).
Há opiniões divergentes quanto às formas de acção que são consideradas Jihad. A Jihad só pode ser travada para defender o Islão. No entanto, alguns grupos acham que isto tem aplicação não apenas à defesa física dos muçulmanos, mas também à reclamação de terra que em tempos pertenceu a muçulmanos ou a protecção do Islão contra aquilo que eles vêem como influências que "corrompem" a vida muçulmana. A ideia da Jihad como uma guerra violenta é uma ideia criada por Ocidentais. De acordo com as formas comuns do Islão, se uma pessoa morre em Jihad, ela é enviada directamente para o paraíso, sem quaisquer punições pelos seus pecados.
De acordo com o sociólogo sírio-alemão especialista no Islão, ele próprio um muçulmano sunita, Bassam Tibi, o fenómeno do fundamentalismo islâmico é uma forma de oportunismo político de alguns grupos, que se aproveitam da noção de Jihad, desvirtuando o Islão para torná-lo um factor de acção política em proveito próprio.
Muita gente acha que o direito à vida não é para discutir, o aborto é homicídio e a lei nunca o poderia permitir. Aconselho o blog FILOSÓRFICO ( http://www.filosorfico.blogspot.com/ ) onde um jurista brilhantemente nos convence.
Mas a lei fundamental sendo a Constituição, defendendo ela a liberdade de pensamento, e havendo quem pense que o embrião não é pessoa, passível de ser defendida pela lei, há que provar que é uma pessoa (sabendo nós que o é em potencial) ou, como em democracia estamos, que deixar a decisão ao voto do referendo.
Porque sempre que há duas palavras diferentes há dois conceitos diferentes: ética não é o mesmo que lei. Ambas pretendem ser para todos, claro, mas cada um de nós tem a sua moral, que se refere ao que pensa ser a ética universal, e cada país tem a sua constituição, que se refere ao que o país entende ser a universal justiça (como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, para as nossas sociedades). É certo que se está a tentar criar uma ética abrangente, universal quanto possível, de que o Dalai Lama é um dos entusiastas. E que se está a tentar fazer um direito internacional, sancionado pelas Nações Unidas.
Mas, se respeitamos a liberdade de pensar, a lei tem que ser um instrumento que se dedique a regulamentar uma sociedade em que as pessoas pensam de diversa maneira. E, de facto, há muita gente que pensa que o embrião não é gente. Não só os materialistas mas também os espiritualistas que acreditam que o espírito só vem habitar o feto por volta dos três meses. Como pode a lei puni-las sem provar que o embrião é gente? Não se trata de fanáticos, como os nazis, que pensam sinceramente que os judeus não são gente— é fácil provar que os judeus são gente. Como é fácil provar que o embrião é gente em potencial. Aqui deve residir o problema.
Em potencial.
Mas, em potencial, também um óvulo é gente. E ninguém se lembra de punir uma mulher menstruada por não ter tido relações sexuais durante aquele mês; embora já haja quem se lembre de punir um homem que usou preservativo (a Igreja Católica, pecado venial), ou um que se masturbou (o Irão de Komeni, pena de morte). Em potencial poder-se-iam punir as pessoas que fizessem contracepção, ou mesmo as que se não casassem.
Assim como usamos a democracia para escolher a forma de governo, já que há várias opiniões, usemo-la para escolher a atitude face a este problema, respeitando todos. Ganha quem tiver conseguido convencer a maioria. Não ganha a Verdade, que a não conhecemos. Mas ganham os direitos humanos, que é o que há.
Entretanto, todos estão de acordo, mesmo os mais fanáticos materialistas, que o aborto é mau, traumatizante para a mulher, evitável. Não sabemos se punível.
Eis um desafio para a Europa. Hoje, no Publico, há duas opinioes diferentes: O Vasco Pulido Valente contra e o José Júdice a favor. A Europa é uma novidade no mundo, um império sem imperador (embora Pedro Santana Lopes pareça achar que o imperador é o amigo dele, o Durao Barroso). Sao países que livremente se associam; querem a Paz no mundo, os direitos humanos, a democracia... O 1o ministro da Turquia apressou-se a dizer que o Papa era a favor da entrada de Turquia. Os "sound bytes" dos "media" também; mas o Papa apenas lhe desejou boa sorte. Durão Barroso, antes da visita do papa tinha dito o óbvio: se corresponderem aos nossos critérios--e ainda falta--muito bem! Nao devemos temer uma Turquia que respeite os nossos valores; pelo contrário. E não devemos associar-nos a países que os nao respeitem. É um desafio mas pode ser mais um passo para a Paz no mundo. Oxalá o nosso Barroso esteja à altura, que continue a dizer que sim se! Parece-me uma chantagem justa porque o nao é: têm que respeitar a casa onde entram, é normal. Se respeitarem, são bem-vindos!
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