Integrado no sistema operativo
Do corpito com que andamos por aí
Há um processo de colher sorrisos
Flores e outras coisas efémeras
Em 7D e heptafonia
De funcionamento intuitivo
Muita gente o desliga, porém
E, para o ligar de novo,
Basta, ao acordar, fazer reset para default
E colher o novo dia perfeito
Diferente de todos os outros dias perfeitos
Que nos são dados de graça.
Uns têm Sol e Primavera
Outros têm chuva e tristeza
Mas todos têm sentido
E são perfeitas obras de arte
Que criamos com a ajuda
Dos amigos invisíveis e presentes
Que nos são.
“Tens que viver! Entra no jogo!”, disseram-me em pequeno.
Mas eu não obedeço às ordens e gosto de inventar as regras…
São já dois ciclos de Saturno a inventá-las
Descobri-las, criá-las, propô-las, testá-las, explodi-las
E continuo exactamente em frente da tabacaria do outro lado da rua
(que, por sinal, é uma mata com arvores
onde, por vezes, passam pessoas a correr para nada
— ou para não [ter que?] pedalar numa biciclete parada)
Admiro o holandês que insiste em ser julgado por comer chocolates
E em ser preso pelo trabalho infantil nas plantações de cacau
Eu, que sinto na carne toda a pobreza do mundo
E do que sabemos dele e das estrelas todas!
Eu, que já estou preso pela minha justiça,
por não saber ser nada, por não querer ser nada
por ser tão preso como os que mandam prender gente, pelos que mandam amar…
Sim! porque somos todos presos
Globalmente, em sentido real
Se não pelas regras que nos mandamos fazer,
Pela vida que nos fez
E nos manda viver
Mas abri a janela e está Sol
Há uma família que passa na mata com o cão,
Um menino que vai atrás com um pau
(e ninguém lhe diz nada)
Leva o pauzito como quem empunha um ceptro…
Pode ser que ainda ande meio à solta
e não queira inventar regras
para libertar toda a gente.
Grito-lhe sem palavras,
Através do vidro duplo,
Adeus ó Imperador!
Mas já todos passaram
e ninguém me sorri.
Entendermo-nos parece fácil, se soubermos a língua em que o interlocutor se exprime; e se formos honestos, francos, se procurarmos ser claros, se quisermos comunicar.
Mas, de facto, é difícil!
Apesar da (excessiva!) informação que nos cai semelhantemente em cima, todos os dias, apesar de vermos as mesmas telenovelas (que também nos caem em cima se aparecermos depois do jantar!), apesar de falarmos a mesma língua, todos temos um fundo cultural diferente. Imaginemos um lavrador (dos que já não existem!) a falar com o filho engenheiro. Este propõe-lhe, por exemplo, que se converta à agricultura biológica, apoiada pela União Europeia, fala-lhe das consequências ecológicas dos fertilizantes com azoto que vão ter ao ribeiro e daí ao Mar, dos insecticidas organofosforados que não são degradáveis… e o Pai ouve-o; a cultura popular tradicional (em vias de ser substituída pela das revistas de escândalos) é riquíssima, cheia de bom senso, tem sempre um dito de antiga sabedoria para tudo— mas que fazer quando confrontada com o pensamento científico? Com a verdade baseada na descoberta de leis naturais a partir de factos mensuráveis e não da Teologia? Se aqueles produtos funcionam, porque não havemos de os usar? Só se o Vaticano instruir os padres sobre esse novo pecado… e mesmo assim… mas talvez não seja um bom exemplo, ainda há velhos lavradores que ficariam contentes por abandonar os produtos tóxicos e voltar a fazer a compostagem tradicional do estrume— e braços para o fazer?
Imaginemos antes o jovem engenheiro a falar com o velho senhor das terras, formado em Coimbra, em Direito (claro!) cuja matemática ficou pela tabuada e de ciência conhece a Jurídica, leis mal baseadas em observações, antes na moral e nos costumes, soberanamente alheias à experiência, muitas vezes desastrosa, dos seus efeitos práticos… não é fácil!
Fácil é estabelecer-se uma desconfiança mútua: “como hei de falar de ciência com quem a confunde com moral”? e: "este rapazito quem pensa que é?"
Saltemos para um contributo para ajudar a melhorar a situação, uma convicção partilhada.
Uma cultura, ouso até dizer, uma “civilização” que teve sucesso foi a dos nossos herdeiros, os ingleses, que pelo mundo semearam a língua de Shakespeare. Como se entendem uns com os outros? É minha convicção que os estudantes ingleses, desde os tempos elisabetianos, não se ficaram pela ciência. Todos leram o dito dramaturgo e, com isso, interiorizaram, incluíram na sua estrutura mental a essência da sua civilização, até a sua sabedoria popular. Criaram uma linguagem comum. Há sempre uma frase de Shakespeare de que ambos os interlocutores se lembram, ao mesmo tempo, no decorrer de uma discussão. E há o humor, a ironia, o respeito pelo adversário— tudo está, também, nas peças de teatro que todos conhecem.
Temos Camões, eu sei, poderia servir para nos conhecermos— mas parece que fazemos gala em o não ler! O que me parece interessante lembrar é que houve quem quisesse que tivéssemos uma referência que ultrapassasse a dos ingleses. Quem imaginasse o aparecimento de um “Super-Camões”, sem saber, sabendo, quem o poderia ser. Quem criasse a derivada do drama, o “drama-em-gente”, quem levasse a paradoxal essência da nossa civilização, universal, por portuguesa, a uma obra literária. É minha convicção que, se o lermos, todos, aumentaremos exponencialmente a possibilidade de nos sabermos entender uns com os outros: falaremos a mesma língua. E é ainda minha convicção que isso se vai passar. Mais século menos século!
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