Domingo, 23 de Março de 2008

um2

 

Esta senhora, uma cientista em neuro-anatomia, teve uma hemorragia no cérebro esquerdo e tenta descrever-nos o que é "estar" no cérebro direito, no maravilhoso silêncio do nirvana.

Palestra no TED, em 12 deste mês.

publicado por paradoxosfilho às 20:44
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Quinta-feira, 28 de Junho de 2007

A Presidência da União Europeia

Cabe a Portugal, um pequeno país que já teve um império, a responsabilidade de levar a bom termo o novo tratado da União Europeia. Na verdade cabe aos governos dos 27 países que compõem esse império sem imperador, mais que isso, cabe aos povos europeus, porque os assuntos que com a soberania mexem não são para um circunstancial governo decidir. Até aqui decisões dessas têm sido tomadas por unanimidade, é por isso que os países vizinhos da União europeia, em vez de temerem ser anexados pelo império, pedem para dele fazer parte. É um império sem imperador, onde só entram países democratas, onde não há senhores e súbditos. Onde um pais pequeno tem a mesma dignidade que um pais grande e pode impedir uma decisão que contrarie a sua independência.

 

Ser obrigado a obedecer contra a sua vontade é ser violentado e as violências ficam na memória das pessoas como na dos povos. Quando o Papa anterior visitou a Grécia foi recebido com uma enorme manifestação hostil. Era gente que se “lembrava”, oitocentos anos depois, da cruzada que o bispo de Roma ordenara e que, comandada pelo doge de Veneza, que fornecera os barcos, saqueou Constantinopla, a capital da cultura grega, matando e violando cristãos com uma violência inesquecível. A guerra na ex-jugoslávia tem a ver com memórias antigas. Israel voltou à sua terra dois mil anos depois; os árabes, que já não são império, juntaram-se para defender os palestinianos. Ignorar o ressentimento histórico não é possível a quem quer construir a Paz. E as humilhações sofridas por um povo não são esquecidas.

 

O sucesso simbólico da Europa enquanto união politica tem a ver com a unanimidade com que são tomadas as decisões importantes, com o não haver um exército europeu e com as presidências rotativas. Poderá ser muito mais prático acabar com esses aspectos simbólicos, "inúteis", ser uma "superpotência" como as outras, obedecer ao senso comum em vez de criar história, mas é ferir a alma da União, o que a distingue de tantos impérios que já houve e acabaram, o que a pode fazer ser exemplo para a União Mundial, desígnio que os povos do mundo terão que ter, mais tarde ou mais cedo, se quiserem ter Paz.

E se não quiserem ter Paz não saberão resistir a este século em que todos não serão demais para ajudar o planeta a sobreviver.

 

Durão Barroso e José Sócrates são portugueses e é a Portugal que cabe a maior parte da responsabilidade de fazer um tratado em que todos os povos europeus se sintam respeitados, independentes, livres de entrar ou sair de uma equipa a que gostem de pertencer, a Europa. Para que um jogador se sinta parte da equipe tem que haver a hipótese de que haja um momento em que tenha na mão o resultado do jogo— ou no pé!, ao decidir entre passar a bola para a esquerda ou para a direita.

Pode um pais esperar vinte anos pelos seus seis meses de Presidência rotativa, sente-se parte da equipe, simbolicamente. Um Presidente da União seria uma figura de imperador, embora efémero, seria, simbolicamente, o final, a desistência de uma utopia que já durou sessenta anos. Se a teimosia que Durão e Sócrates parecem ter for a diplomacia portuguesa nesta tarefa creio que haverá manifestações por toda a Europa exigindo referendos. Oxalá aliem a inteligência simbólica, a consciência de que a Europa é uma bandeira de Paz, sem exército permanente, à persistência para fazer um bom tratado, porque o tempo da eficácia como valor supremo já passou, outros valores mais altos se “alevantam”.

publicado por paradoxosfilho às 17:38
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Terça-feira, 5 de Dezembro de 2006

A Ibéria do Sul - O Sol e a Lua 2

Continuando o pensamento por analogia— que não é o racional, é o simbólico— assim como a Europa tem a península Ibérica, a América tem a península da América do Sul. Lá, os Pirinéus são o istmo, com o seu canal do Panamá e o país continental, solar, é o Brasil. Os outros, lunares, falam castelhano e viram-se para o Pacífico, por onde partirão, um dia, em demanda do Preste João das Índias, em naus feitas “da matéria de que os sonhos são feitos”.

         A Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade não se podem criar nas bolsas de valores. Allende foi derrubado, no Chile, quando quis que os chilenos aproveitassem da riqueza do seu cobre, que depressa voltou às bolsas da “maior democracia do mundo”, que para isso lá instalou o ditador Pinochet; tinha sido eleito democraticamente, Allende, com fair-play, sem revolução armada— em vão! Chávez resistiu e é a chave da mudança: como se pode chamar ditador a quem é eleito sem batota? O povo celebra nas ruas, a maior democracia do mundo ainda há de ser a dos Estados Unidos da América do Sul!

         País riquíssimo, a América do Sul, de gente encantadora, com raízes no mundo todo, que trabalha para encher longínquas bolsas de valores, que reinam dividindo… mas até quando?

A mestiçagem, que em mais nenhum lugar é como aqui, é mais uma analogia com a Ibéria: iberos, celtas, fenícios, gregos, romanos (que para cá deportaram os insurrectos judeus, para estes confins do império), suevos, visigodos e outros godos, árabes e berberes, vikings que subiam o Tejo à procura de moiras encantadas com seus olhos azuis, pretos, indianos, índios do Brasil, até os chineses chegam, pela porta de Macau. A América do Sul excede tudo isso, é uma mulatinha com avós alemães de braço dado com um japonês raçado de italiano, é o mundo todo num abraço: os ramos podem brigar mas as raízes abraçam-se, diz um provérbio africano. Utopia em construção acelerada, que passa a fronteira do México com o novo México sem que haja muros que a detenham.

E Lula, lunar, no Brasil solar, abrasador.

As línguas ibéricas, juntas, são faladas por mais de 800 milhões de criaturas vivas.

publicado por paradoxosfilho às 18:10
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